O empresário cabedelense Ivan Miranda dá aula sobre o Porto de Cabedelo na rádio Sanhauá e garante: “faltam mais de 10% para a conclusão da dragagem

Empresário Ivan miranda da Seaport
Jornalista Ricardo Melo
Falando com propriedade e conhecimento de causa ao radialista Ricardo Melo, do programa Fala Paraíba, da Rádio Sanhauá, o empresário cabedelense Ivan Miranda (Seaport) deu uma aula sobre a dragagem do porto de Cabedelo e descreveu, “sem papas na língua”, os problemas que emperram o crescimento e a conclusão das obras do porto paraibano. Segundo o empresário, “é mentira que só falta apenas 10% para a conclusão da obra”. Ele revelou que hoje se paga R$ 27,00 por metro dragado e afirma que é possível trazer uma draga holandesa para dragar a U$ 4,00 (quatro dólares) o metro. Menos da metade do preço praticado hoje.
Empresário Quintans
Segundo Ivan Miranda, que foi convidado para a entrevista pelo presidente do PSC, Engenheiro Quintans, ele afirmou desde o início que a dragagem seria inútil e que não iria dar em nada. “A prova de que eu estava certo está aí, já foram gastos mais de 35 milhões de reais e a dragagem paralisada, só fizeram levar o dinheiro dos paraibanos”, disparou o empresário.
Ivan reside desde menino em Cabedelo, tem quarenta anos dedicados a atividade marítima, investiu 10 milhões de dólares em máquinas e equipamentos para a Seaport operar no Porto de Cabedelo, emprega diretamente, cerca de 100 trabalhadores cabedelenses e atualmente enfrenta prejuízos de 2 milhões de dólares.  Miranda afirma que, o porto de Cabedelo é um dos mais bem localizados do mundo e guarnecido de vento e corrente, mas, devido a falta de visão dos governantes e de investimento na infraestrutura portuária, o Porto de Cabedelo é um dos mais atrasados da federação.
Para ele, a dragagem que vem sendo feita é uma farsa para iludir os paraibanos e revelou que a pedra que obstaculiza a dragagem, trata-se de um arrecife, pedra mole que pode ser facilmente ultrapassada. “O que essa empresa de dragagem fez foi retirar resíduos da área do porto e colocar na entrada do canal. Ao invez de dragar ela está aterrando nosso canal de entrada do porto assoreando-o”, argumentou. O empresário se diz entristecido por não ver os políticos de mandatos (vereadores, prefeitos, governos) preocupados com isso. “Eles não entendem nada de porto”.
De acordo com Ivan, ele teve um encontro com Ricardo antes da posse, onde lhe pediu que colocasse um técnico a frente do porto e o governador prometeu derrubar os armazéns antigos e colocar guindastes de primeira linha para modernizar o porto. “Confiante nas palavras de Ricardo Coutinho, investi muito dinheiro e acabei ficando no prejuízo e sendo visto como mentiroso por empresários, tudo isso porque o governador não cumpriu com sua palavra até hoje”, disse Miranda.
Na conversa que teve com Ricardo o empresário até sugeriu o nome de Fernando Martins, pessoa de grande bagagem técnica, Ricardo riu no momento, porém, acabou nomeando outra pessoa para assumir a Companhia Docas da Paraíba. “Eu não tenho nada contra a pessoa do Wilbur Jacomme, mas ele não é técnico e não tem nenhuma experiência na atividade portuária, está aprendendo é verdade, mas isso leva tempo e tempo é dinheiro”, disse.
Ivan não concorda com o porto de águas profundas, diz ser desnecessário e inviável. “Nosso porto tem condições de ser autossuficiente”, afirma. Acrescentando que Pecem terá que investir cerca de 100 milhões de dólares na construção de uma ilha para evitar que o quebrar das ondas, atrapalhe a ancoragem de navios. “O mesmo problema acontecerá com o porto de águas profundas em Cabedelo”. Enfatizou
Para o empresário, o caminho para a redenção do porto está na instalação do terminal de transbordo para atracação de grandes navios carregados de contêiner e que trará cerda de 40 milhões de dólares de lucro por mês ao porto. Bem como, o terminal de Bunker, para abastecimento dos navios que passam por Cabedelo. “Os navios que vem da Europa para o Brasil passam próximos a Cabedelo, mas precisam se deslocar até Salvador para abastecerem, podendo o fazer aqui mesmo em nossa cidade”. Disse Ivan. Acrescentando que, se lhes derem linha de crédito para pagamento em 20 ou 30 anos, ele construirá o terminal que permitirá empregar de dois a três mil cabedelenses. “Há soluções viáveis para o porto de Cabedelo, o que falta é vontade e compromisso político para fazerem. O porto não é inicio nem fim, é meio e deve atender as necessidades do País e não só do Estado”. Disse.
Presente a entrevista, Sebastião Quintans disse que “o porto e Cabedelo tem futuro, mas, isso só será possível com projetos audaciosos e muita força de vontade. Para Quintans, essa é a formula mais adequada, para gerar progressos através de uma economia sustentável" Para Quintans, a Paraíba teve um momento importante para ouvir o empresário Ivam Miranda, já que ele não costuma ocupar a imprensa. A entrevista já é destaque em vários veículos de comunicação e mostrou a importância da união de dois empresários interessados no desenvolvimento sustentável de Cabedelo, com grandes influencias na economia do Estado.
Miranda informou ainda que a última dragagem feita no porto foi no governo de Burity em 1978 e que atende a navegação marítima em cabedelo até hoje. “Precisamos de silagem com capacidade de 1 milhão de metros cúbicos de grãos. Precisamos levar a dragagem para um calado de 18 metros, mas o que vemos, é que na verdade nada é feito, mesmo eles sabendo disso. Precisamos derrubar os armazéns antigos. Porto nenhum do mundo usa-se mais aquele tipo de armazém”.
Diante da omissão política e do estado de abandono em que se encontra, Ivan concorda com a privatização do porto, porém, faz ressalvas. “Não sou contra a privatização do Porto, contanto que isso não venha prejudicar os trabalhadores avulsos, gerando desemprego.
Visivelmente inconformado com os descasos, o empresário afirmou: “Não sou político, não gosto de política e venho falando sobre o que é necessário para transformar o porto há muito tempo. Tudo o que falei repito em qualquer lugar, não tenho rabo preso a ninguém e, digo mais, em 2002, o movimento de contêiner no porto era de 2 a 3 mil por mês, hoje, dez anos depois, isso foi a zero, não temos nenhuma movimentação de contêiner pelo porto através de navios”, concluiu ele.
Aguinaldo Silva
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