Edvaldo Rosas renuncia à Assessoria Especial da PMJP e expõe crise no PSB paraibano
Governador diz
que ainda considera Luciano Agra um aliado
O
Presidente Estadual do PSB na Paraíba, Edvaldo Rosas, comunicou , na manhã
desta quarta-feira (25), durante entrevista coletiva realizada na sede estadual
do PSB, sua renuncia ao cargo de Assessor Especial da Prefeitura Municipal de
João Pessoa. Em sua fala, o presidente do PSB paraibano, afirmou que o partido
precisa ser mais respeitado pelo prefeito Luciano Agra, que também ocupa cargo
na Direção Nacional da legenda.
“Vários
companheiros foram exonerados da Prefeitura sem sequer serem comunicados. O
companheiro Rubens Freire, por exemplo, soube de sua exoneração pela sua
secretária. O respeito é bom e nós queremos ser respeitados”, enfatizou
Edvaldo.
“O
processo de exoneração, que teve inicio em fevereiro, sem conversa prévia com
nenhum dos exonerados, é uma atitude de profundo desrespeito com auxiliares
históricos da sua gestão e do nosso projeto”, lamentou Rosas em carta renúncia.
“Claro que sim!”. Essa foi a resposta dada
pelo governador Ricardo Coutinho quando perguntado se o prefeito de João
Pessoa, Luciano Agra, do mesmo partido que ele, o PSB, ainda era considerado um
aliado político.
A
resposta foi dada à repórter Nelma Figueiredo, da TV Correio, durante
entrevista coletiva na noite desta quarta-feira (25), por ocasião da
inauguração do Centro de Turismo e Lazer Sesc Cabo Branco e Escola Senac de
Gastronomia e Hotelaria.
Ricardo
Coutinho se mostrou visivelmente descontente com a pergunta, respondeu
secamente o “Claro que sim!”, não prolongou a resposta e deu por encerrada a
entrevista.
A
pergunta foi motivada pelos acontecimentos políticos recentes que especulam
sobre um possível rompimento na relação entre o governador e Agra, que passaria
a apoiar a candidatura de Nonato Bandeira (PPS) à Prefeitura da Capital, em
detrimento da de sua companheira de partido Estilizabel Barbosa.
Veja abaixo a
íntegra da Carta Renúncia:
João Pessoa, 25
de abril de 2012
Excelentíssimo
Sr. Prefeito Luciano Agra
Venho, por meio
desta, encaminhar meu pedido de exoneração, em caráter irrevogável, do cargo de
assessor especial que exerço junto ao Gabinete do Prefeito, pelas razões que
passo a apresentar.
Na condição de
presidente do diretório estadual do Partido Socialista Brasileiro, não posso
continuar assistindo inerte às iniciativas tomadas por vossa excelência no que
resolveu alcunhar de reforma administrativa, esvaziando a participação do PSB
no governo do Município de João Pessoa e na mesma medida ameaçando a
participação de militantes históricos do socialismo na construção do projeto
político que governa a Paraíba e a capital dos paraibanos.
A história da
construção dessa gestão que hoje se volta contra seu próprio partido e busca
confundir sua própria militância, teve início em 2004 por um dos processos
eleitorais mais inovadores que vivenciamos na Paraíba, no qual os princípios da
democracia participativa e da republicanização catalisaram os anseios da
sociedade e elegeram o companheiro Ricardo Coutinho para prefeito dessa cidade. Em 2008 dando continuidade ao projeto
concorremos ao processo eleitoral tendo que tomar uma decisão importante.
Manter o projeto na condução única do partido construindo uma chapa majoritária
apelidada de “puro sangue”.
Sua escolha da
condição de vice-prefeito nas eleições de 2008 contrariou toda a regra da
disputa partidária, pois naquela ocasião não se podia lhe atribuir capital
político, financeiro ou tempo de televisão, mesmo assim foi escolhido herdeiro
privilegiado para cumprir uma missão, por ser considerado leal e de confiança.
Escolhido para
cumprir uma tarefa estratégica para o partido perdeu-se em sua execução, não
seguiu as orientações partidárias e por decorrência não conseguiu se viabilizar
como alternativa eleitoral real, o que culmina na sua desistência a condição de
pré candidato.
No dia 04 de
abril, em reunião histórica do diretório municipal do PSB, os argumentos
apresentados por vários dirigentes partidários lhe convenceram dos equívocos da
sua condução de todo o processo e o senhor, assumiu, publicamente o compromisso
de cumprir com as decisões partidárias. Na prática, não é o que verificamos. O
que é perceptível é um processo de perseguição e intimidação daqueles que se
contrapropuseram aos seus propósitos, em debate político profundamente
democrático e de alto nível de argumentação.
Lembro ainda que
estive em várias reuniões com o senhor, acompanhado de outros dirigentes
partidários, tratando de assuntos diversos, dentre eles as mudanças na gestão
municipal e a disposição do PSB na construção do melhor para a sua
administração que é nossa também. Lamentavelmente, nada do acordado foi
cumprido.
O processo de
exoneração sem conversa prévia com nenhum dos/das exonerados/as numa atitude de
profundo desrespeito com auxiliares históricos da sua gestão e do nosso projeto
teve inicio ainda em fevereiro. A lista é grande, significativa e reveladora
Vejamos:
Coriolano Coutinho, Secretário Geral do PSB, Ronaldo Barbosa, Presidente
Municipal do PSB, Rubens Freire, Vice-presidente Municipal do PSB, Laura
Farias, Tesoureira do PSB, e vários/as outros/as companheiros/as que não ocupam
cargo no partido e que preservo suas identidades por conta do clima de receios
e temores criado por suas ações no ambiente da gestão municipal. Situação que está comprometendo o nosso projeto.
Diante do
descrito, reafirmo o meu pedido. Entretanto, como dirigente partidário, devo
persistir no diálogo que possa vir a superar as divergências e possíveis
incompreensões que existam entre nós, mas mantendo a coerência e a autonomia
que se fazem necessárias nessa conjuntura. Aguardo, sinceramente, que a
construção de uma sociedade socialista que é aquilo que nos uniu seja tratada
como o bem maior de nossas atitudes políticas.
Fidelidade
partidária, lealdade e confiança.
Edvaldo Rosas –
Presidente Estadual do PSB”
Fonte: Edmilson Pereira/Wanja Nóbra com
Assessoria
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