REVELAÇÃO BOMBÁSTICA - Xuxa diz que foi ‘estuprada’ a revelação foi feita durante entrevista ao Fantástico, da Globo.
Aos
49 anos, Xuxa Meneghel deu uma corajosa entrevista que foi ao ar no
"Fantástico" deste domingo (20), a apresentadora Xuxa disse ter
sofrido abuso sexual "até os 13 anos".
Ao
falar sobre seu engajamento em campanhas contra a palmada e os abusos, Xuxa
declarou: "Eu abracei essas causas todas porque eu vivi isso. Na infância,
até a minha adolescência, até os 13 anos, eu vivi isso. Pelo fato de eu ser
muito grande, eu chamar a atenção, eu fui abusada".
O
depoimento foi dado ao quadro "O que Vi da Vida". "Não foi uma
pessoa, foram várias pessoas que fizeram aquilo, em momentos diferentes",
disse. "Me sentia suja, me sentia errada. Se eu não tivesse o amor da
minha mãe, eu teria ido embora. Só que eu não falei para a minha mãe, eu não
tinha coragem. A maioria das crianças não fala."
"Eu
me lembro do cheiro", disse. "E não sei quem foi." Mais adiante,
porém, ela comenta que um dos abusadores era namorado de sua avó e outro, melhor
amigo de seu pai, "que queria ser meu padrinho".
"Até
hoje, se você me perguntar por que que aconteceu, eu ainda acho que foi minha
culpa. Mas a gente não pode pensar assim, porque a criança não sabe."
A
apresentadora disse que o sofrimento a fez querer "lutar pelas
crianças".
Na
mesma entrevista, ela também falou brevemente sobre os relacionamentos com Pelé
e Ayrton Senna. "Vivi um amor que foi rápido, porque ele era muito
rápido", disse, em referência ao piloto.
Xuxa
contou, ainda, que chegou a visitar Michael Jackson em sua casa, em Neverland,
e que o astro a pediu em casamento --e ela recusou.
Leia, abaixo, os
trechos mais impactantes da entrevista da Rainha dos Baixinhos:
Abuso na
infância
— Quando me chamaram para fazer a campanha não bata, eu aceitei. Eu consigo não
só me colocar no lugar delas, porque eu vivi isso na minha infância até minha
adolescência. Até meus 13 anos de idade, foi a última vez. Pelo fato de eu ser
muito grande e chamar a atenção. Eu fui abusada. Eu sei o que uma criança
sente. A gente sente vergonha, a gente não quer falar sobre isso. A gente acha
que é culpada. Achava que era uma roupa, que chamava a atenção. Não foi uma
pessoa. Foram várias pessoas em situações diferentes da minha vida. Eu me
sentia mal, me sentia suja, me sentia errada. Se eu não tivesse uma mãe, se não
tivesse o amor da minha mãe, eu teria ido embora. Só que eu não falei para a
minha mãe, porque eu não tinha coragem de falar, como a maioria das crianças.
Eu não me lembro direito. Eu me lembro do cheiro. Tinha cheiro de álcool. Parou
aos 13 anos, quando eu consegui fugir. Tem essas coisas que doem. Me dá vontade
de vomitar. Eu me lembro que quando isso aconteceu eu não pude fazer nada. Eu
não sabia, eu não tinha experiência. Eu tinha medo de falar para o meu pai e ele
achar que era eu. Uma das vezes foi com o melhor amigo dele. Eu não podia falar
para minha mãe porque uma vez foi o cara que ia casar com a minha avó. Até hoje
se você me perguntar porque aconteceu eu ainda acho que foi minha culpa. Mas a
criança não tem culpa. Quem faz isso sabe. Eles deveriam ter notado que eu não
falava muito porque algo estava acontecendo comigo. Na inocência da minha mãe,
ela não reparou. Por que você acha que eu não consigo casar, ficar muito tempo
com uma pessoa? Deve ter uma explicação. Quem sabe isso não tem a ver com o que
eu vivi? O fato de eu não me achar bonita deve ter ali a ferida. Eu nunca falei
assim para ninguém, porque as pessoas vão me olhar diferente ou vão entender da
maneira delas. Eu só queria dizer, porque aconteceu comigo. Por que eu não
falei? Por que eu não soube dizer não? Talvez eu tivesse que passar por isso
tudo para hoje chegar e dizer eu quero lutar por elas [as crianças abusadas].
Eu tenho um sonho de um dia nenhuma criança sofrer nada. Porque criança é um anjo.
Começo da
carreira
— Eu sempre gostei de aparecer. Quando eu comecei a fotografar aos 16 anos foi
uma coisa estrondosa. Com 16, 17 anos eu já sustentava a minha família. O
Maurício Shermann me chamou para trabalhar na televisão. Ele me disse: “Você tem
uma coisa de Peter Pan”.
Namoro com Pelé — Na verdade
ele [Pelé] gostou foi da Luiza [Brunet], mas a Luisa era casada [...] Ele
mandou flores. Um dia ele me deu um beijo aqui [no nariz]. Me deu um frio na
barriga. Eu gostei muito dele. Fiquei seis anos com ele. Aprendi muita coisa
boa, muita coisa ruim. Pena que eu era muito nova e ele muito conhecido, bem
mais velho, pena que ele não deu valor a isso.
Ayrton Senna — Quando a
gente ficou junto a gente não se largou. Foi um negócio muito doido. Era como
se tivesse assim, sabe, uma coisa que encaixa de uma maneira tal? Ele gostava
das mesmas coisas que ele gostava. Eu sempre gostei de correr e ele sempre
gostou de criança. A gente se completava. A única pessoa que eu pensei
realmente em me casar foi com ele. Achei que eu ia reencontrá-lo e a gente ia
ficar junto.Ele morreu no domingo. No sábado eu falei, onde ele vai correr? Eu
vou atrás dele. Mas no domingo ele foi embora. A minha alma gêmea estava ali na
minha frente. Ele tinha tudo que eu queria. A gente ficou dois anos juntos e,
depois que se separou, mais dois anos se vendo. Um dia a gente vai se encontrar
de novo.
Falta de
liberdade
— Até hoje o preço mais alto é isso. Eu não tenho liberdade para fazer as
coisas que eu gostaria de fazer. Eu não me privo de ir ao shopping, de fazer
compras, mas é meio que quase um evento. Às vezes eu atrapalho as pessoas, às
vezes eu me sinto muito mal com tudo isso. As pessoas que têm a liberdade de ir
e vir não podem viver o que eu vivo. Não podem ter o que eu tenho. Isso é o
preço alto. Mas eu tenho muita coisa. No dia em que eu saí e uma criança não
quiser falar comigo é porque tem alguma coisa errada.
Casamento com
Michael Jackson
— A assessoria do Michael Jackson queria que ele casasse e tivesse filhos. Eu estava
trabalhando na Espanha e era muito fã dele. E me chamaram. Tirei foto com ele.
Ele estava chupando pirulito e eu peguei e levei que nem fã. Depois, ele me
chamava para Neverland. Ele sabia tudo sobre mim. Vimos filmes juntos. Logo
depois veio uma proposta do empresário dele se eu não pensava de repente ficar
com ele. Porque ele gostaria de ter filho e casar. Eles acharam muito bem essa
coisa de uma apresentadora que trabalhava na América do Sul com crianças... Ele
pegava na minha mão e eu chorava. Mas de ídolo para outra coisa era uma coisa
muito diferente. Então, não rolou. Minha resposta foi não. Eu fico com uma
pessoa pela qual eu me apaixone.
Falta de
namorado
— Eu não estou procurando. Mas às vezes, na boa, corre sangue aqui dentro, e
hormônios. É esses hormônios que matam a gente. Pensei que aos 50 eu estaria
calminha. Que nada! Faz falta. Em quatro paredes eu dependo muito do cara.
Quando chega só ele e eu aí não penso em mais nada. Não penso em trabalho, não
penso em ninguém. É só aquele momento. As poucas pessoas que me conhecem dizem
“nossa, eu não achava que você era assim”. Será que os caras acham que eu [na
hora H vou cantar] “Tá na hora de brincar... Bom estar com você, brincar com
você” [risos]
Velhice — Eu não sou o
tipo de beleza que eu gosto. O tempo para a gente que trabalha na TV é cruel.
Eu canso de falar, nossa como ela era linda e olha como ela está agora. As
coisas caem, descem. Às vezes dá vontade de puxar um pouquinho. A TV agora
mostra os poros, os detalhes, aí fica todo mundo com a mesma cara de tamanco. E
eu não quero ter essa cara de tamanco. Vou ficar velhinha e todo mundo vai
dizer “como ela era e olha como ela ficou”.
Fonte: Portal
Correio e Folha.com
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