Pesquisa da FGV aponta: Quanto mais pobre, menos o brasileiro confia na polícia.
Quanto
mais pobre, menos o cidadão confia na polícia. Esse é o resultado de uma
pesquisa nacional feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) no primeiro
trimestre. O levantamento aponta que 77% das pessoas que ganham até dois
salários mínimos (R$ 1.244) não acreditam nas forças policiais. Vivem nessa
faixa de renda 46,3% dos brasileiros. No geral, três em cada cinco pessoas não
confiam.
A
pesquisa foi feita com 1.550 pessoas, em seis Estados e no Distrito Federal. O
índice de confiança aumenta conforme a renda do entrevistado. Entre os mais
ricos - aqueles que ganham mais de 12 salários mínimos -, 59% não acreditam na
polícia.
Responsável
por coordenar a pesquisa, a professora Luciana Gross Cunha, da Escola de
Direito de São Paulo, diz que há razões para que as pessoas de baixa renda
desconfiem mais. "É porque residem e frequentam locais de mais risco,
convivem com o aparato policial voltado para o combate à criminalidade. Nem
sempre a polícia é vista nesses lugares como um sinal de segurança, mas de
ameaça."
Segundo
Luciana, os meios de seleção, treinamento e formação podem mudar essa relação
entre a polícia e os mais pobres. Isso passa também pela discussão do papel da
polícia e pela valorização - até salarial - do agente público. "Uma vez
que você valoriza o policial na comunidade, passa a ser normal e natural a
presença dele ali. Agora, quando é desvalorizado, ele se torna perigoso para si
e para a sociedade."
A
desconfiança também é maior entre os mais jovens. Na faixa dos 18 aos 34 anos,
64% das pessoas não acreditam na polícia. Entre os que têm mais de 60, a
confiança é maior. Mesmo assim, mais da metade não confia na instituição. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Último
Segundo/FGV
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