
Completam a lista dos 10 maiores PIB municipais na Paraíba: Cabedelo (R$ 1,6 bilhões), Santa Rita (R$ 832 milhões), Bayeux (R$ 498,8 milhões), Patos (R$ 461 milhões), Cajazeiras (R$ 369,5 milhões), Sousa (R$ 333 milhões), Guarabira (R$ 300,2 milhões) e Caaporã (R$ 248,7 milhões).
Concentração cresce
Segundo o analista sócio-econômico do IBGE, Jorge Souza Alves, a concentração de riquezas na Paraíba vem aumentando ao longo dos anos. Em 2003, por exemplo, os municípios de João Pessoa, Campina Grande, Cabedelo, Santa Rita e Bayeux possuíam 56,3% do PIB paraibano. Naquele ano, o índice chegou a R$ 14,1 bilhões. Em 2007, esses mesmos municípios levaram uma fatia maior, com 57,9% da riqueza produzida. “Desde a década de 70, quando começaram as políticas federais de desenvolvimento para as regiões Norte e Nordeste, foram criados distritos industriais na Bahia, Ceará e Pernambuco. Na Paraíba, esses distritos ficaram concentrados em João Pessoa e em Campina Grande. Entre 2003 e 2007, por exemplo, foram implantados pólos atacadistas em municípios litorâneos localizados na BR-230”, explicou Jorge Souza Alves.
Reduzir desigualdades
O superintendente do Ideme, Achilles Leal Filho, afirmou que o resultado do desempenho econômico dos 223 municípios paraibanos servirá para que os governos federal, estadual e municipal desenvolvam ações que descentralizem a produção de riquezas na Paraíba. “O PIB é fundamental para a realização de políticas de desenvolvimento no Estado. Com os números, os prefeitos paraibanos e o governo estadual poderão traçar as ações que reduzam as desigualdades de geração de riquezas entre regiões paraibanas”, declarou.
Na contramão desta informação, fica a realidade da cidade de Cabedelo, considerada uma das três mais ricas do estado da Paraíba. Enquanto a posição de Cabedelo entre as três mais ricas da Paraíba deveria servir para que o governo municipal desenvolvesse ações que descentralizem a produção de riquezas no município, o que vemos atualmente é o inverso.
O desemprego é um dos maiores problemas enfrentados atualmente pelos cabedelenses. As opções são pífias, o porto está praticamente fechado, as empresas instaladas em Cabedelo, adotam, em sua maioria, mão de obra de outras cidades; sobra apenas a prefeitura ou se arriscarem na atividade marítima, deixando a família e o sonho de uma formação acadêmica.

Favela da Brasilgás: uma vergonha escondida na beleza de uma cidade rica
Quem entra na cidade pela BR 230, jamais vai imaginar que a cidade das mais belas praias do nordeste, uma das mais ricas cidades do Estado e a terceira em arrecadação, estaria infestada de favelas e lugarejos formados por populações que tentam sobreviver em condições subumanas. As favelas regiões formadas por pessoas humildes, sem a mínima condição de cidadania, são escondidas no meio de ruas calçadas, camufladas em becos e vielas que para serem vistas, só se aventurando pelos becos. Exemplo disso, está a favela da Imaculada Conceição, quem passa pela BR 230, não imagina o que é aquele aglomerado de casas construídas sem nenhuma orientação ou fiscalização, sem saneamento, sem áreas de lazer e esporte e sem contemplação de nenhuma política pública, e isso há anos.
Por trás do antigo Moinho Cabedelo, escondida na beira do mangue, está a “Favela do Moinho”, e bem ao lado, uma série de palafitas, semelhantes as existentes na região amazônica e norte do pais.
As palafitas foram instaladas com o esgoto jogado na maré, onde durante o dia, a comunidade vai pescar para sobreviver. Para dona Maria Aparecida, lá ninguém pode ficar doente. ”Se alguma criança estiver doente, a gente tem que esperar a maré secar para poder levá-lo ao médico e pra entrar no barraco, só quando a maré baixar”, disse.

Do Soltando O Verbo/Wellington Costa
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