Comunidade do Jardim Alfa, em Cabedelo, apela “pelo amor de Deus”, por seus representantes


”Sem nenhuma infra-estrutura, saneamento básico e tratado como dejetos humanos”. Essa foi a definição que mais se aproxima da forma como os moradores do Jardim Alfa, em Cabedelo, estão sendo tratados pelo Poder Público Municipal. Após receber vários convites de moradores para uma visita a comunidade, o jornalista Wellington Costa esteve, in loco, visitando uma das comunidades mais carentes da cidade, depois da Favela do Moinho, Favela da Brasil gás, Conjunto Habitacional Jardim Jericó (Carandirú) e de tantas outras comunidades que vivem entre o limite das condições sub-humanas e a ausência da cidadania.



                                               Comunidade convive com lixo e fezes na porta de casa

O bairro do Jardim Alfa, fica localizado às margens da BR 230, na altura da Mata da AMEM e inserido neste bairro, está um loteamento construído pela prefeitura sem nenhuma infra-estrutura, saneamento básico nem tão pouco assistência de qualquer sorte. A equipe de reportagem andou por dentro da comunidade e o que viu, foi desolador. Os apartamentos mal acabados, foram entregues aos moradores sem nenhuma condição de habitacão. Quem reside nos apartamentos de baixo (alguns), tem que conviver com os dejetos fecais de quem mora no andar de cima, já que a tubulação de esgoto escorre por dentro das casas. No meio da comunidade foi aberta uma fossa coletiva (foto), cujo mal cheiro insuportável, toma conta do condomínio. È neste local, que brincam crianças, sem nenhum cuidado ao risco de contágio de doenças e verminoses.


A comunidade só não é de todo esquecida, por causa de uma ONG que há muito tempo, desenvolve lá, um trabalho social. A ONG, coordenada pela senhora Maria dos Mares, insiste em continuar ajudando jovens e adolescentes sem que nenhuma ajuda seja dada nem pela prefeitura nem pela câmara do município. Segundo Maria dos Mares, constantemente vem falando sobre os problemas da comunidade Jardim Alfa, mas parece não ter ressonância. “Já mostramos a piscina que se formou no Alfa resultante do vazamento de uma fossa coletiva que foi construída cerca de quatro meses. Razão do vazamento: os moradores que usam muita água, vão ao banheiro para suas necessidades, tomam banho, lavam a roupa (?). Há uma criança de quatro anos que convive com bicho de pé, assim como tantas outras no Alfa, sem que nenhum serviço de saúde faça alguma coisa, a culpa é da mãe que não tira os bichos dos pés da criança, é o que escuto. Será? Sempre soube que é uma questão de saneamento básico, medidas de profilaxia que inexistem naquela comunidade. Até quando vamos conviver com essa situação haitiana? Cadê a secretaria de saúde, zoonoses, PSFs, Meio Ambiente, Educação, enfim todos os gestores?”, disse Maria dos Mares.
Às vezes penso que a omissão é para fazer desistirmos da caminhada. Fica mais fácil, não incomoda, não mostra o feio,não lembra os compromissos, enfim, tiram a pedra do meio do caminho e passam tranquilamente…enquanto as comunidades permanecem carentes e suas crianças e jovens a um passo de serem tragadas pelas fendas que se abrem pela omissão e descaso do poder público, desabafou dos Mares, que não sabe mais a quem recorrer. Segundo ela, a imprensa televisiva já esteve na comunidade e viu os problemas de perto, além do próprio Promotor Público, Dr. Valério Bronzeado, mas até o momento, nada foi feito.

“Vendo os problemas, não sei para quem escrevo, mas, enquanto for possível estarei tentando acordar, sensibilizar, comprometer as pessoas. Só assim entendo a cidadania”, desabafou.

                                                     Direito assegurado X Respeito à Lei



           Pés de uma criança de 4 anos de idade cujos direitos básicos, são completamente ignorados

A Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), assim diz: “Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência”, porém, na contramão da Lei, estão crianças que convivem em condições como as apresentadas nas fotos desta reportagem. Será que conseguimos enxergar o cumprimento dessa Lei, ao observarmos a foto ao lado? Que forma de compromisso pode existir ao presenciarmos crianças com sua cidadania em estado de abandono?



Com as mãos infestadas de parasitas, criança procura esconder as mãos com vergonha.




Criança de 4 anos já tem dificuldades de locomoção por causa do parasita conhecido por “Bicho de Pé”, caracteríticos de localidades sem nenhuma infraestrutura sanitária.


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