Erasmo Carlos: fará "festa de arromba" em João Pessoa

André Cananéa
Do Jornal da Paraíba

Ele é o Tremendão! Tem fama de mau e compôs alguns dos maiores sucessos que embalaram a música brasileira nos últimos 50 anos. Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, por telefone, pede para a reportagem avisar: mulheres, Erasmo Carlos vem aí! Aos 68 anos, o divertido vovô Erasmo desembarca em João Pessoa no próximo sábado, com uma disposição juvenil, para lançar seu elogiado álbum, Rock ‘N’ Roll. O show será na Domus Hall e as mesas já estão à venda na própria casa de shows, no Manaíra Shopping.

Erasmo chega por aqui com a turnê do seu último álbum. Nele, o ícone da Jovem Guarda mergulha de cabeça em um disco vigoroso, que transborda o mais puro malte do rock ‘n’ roll, desde as referências sessentonas até baladas cunhadas no blues. “Eu estava com saudades do rock”, confessa. “Os fãs me cobravam muito – e eu me cobrava muito – um disco de guitarras. Foi bom deixar de lado o teclado, violino, instrumentos de sopro...”.

A história de Erasmo se confunde com a do rock brasileiro. Desde o começo, ali, na Jovem Guarda, com Roberto Carlos, Wanderléa e companhia, até os dias de hoje, passando por uma diversidade de estilos e gêneros, Erasmo tem uma importância incomensurável para o cancioneiro brasileiro, e revela: “Nas minhas músicas, mesmo o rock, há muito fraseado nordestino. É a influência que eu tenho. Eu cresci ouvindo Jackson do Pandeiro e Luis Vieira”.

Em “Mané João”, música que ele compôs com Roberto, incluída no álbum Sonhos e Memórias (1972), Erasmo conta que ali tem muito de música nordestina. “O pessoal do samba-rock diz que é samba-rock. Mas se você prestar atenção, vai notar que o fraseado é nordestino”, explica. “Por exemplo: no início da minha música ‘Jogo sujo’ (ele cantarola: ‘Numa carta escondida na manga...’) isso é um fraseado nordestino, é um baião. São influências que eu não posso fugir”.

O show de João Pessoa será o segundo que Erasmo faz no ano em que festeja 50 anos de carreira (o primeiro foi em Recife, no Réveillon). Pelo que ele diz, será uma grande celebração de sua carreira, a partir da Jovem Guarda, até os sucessos dos anos 1970 e 1980, chegando ao disco Rock ‘n’ Roll. “Faço uma amostragem legal para satisfazer os fãs e a crítica também”, anuncia.

O Tremendão, entretanto, não fará festa para celebrar esses 50 anos. “Eu vou participar é de festas que façam para mim”, rebate. E as festas serão merecidas. Essas cinco décadas carregam uma história tremenda. Erasmo escreveu mais de 600 músicas – entre elas vários sucessos populares -, compôs para cinema, para teatro, atuou em filmes e abriu uma gravadora (Coqueiro Verde).

“O primeiro sentimento que me vem quando penso nesses 50 anos é o de inquietação, uma vontade de fazer mais”, pontua Erasmo. “Mas olhando para trás, eu fico muito feliz. Eu consegui muito mais do que imaginei. Sou muito agradecido por isso, não peço mais nada. Só agradeço”, confessa.

Erasmo diz que está feliz, sobretudo, porque suas músicas são importantes para a vida de muitas pessoas. Mas será que tem alguma música em especial que o Tremendão gostaria de ser lembrado? “Se eu for lembrado por ‘Sentado a beira do caminho’, eu vou ficar muito feliz”, revela. “É a música que é a minha cara – embora ela não traduza o Erasmo - , mas é o meu maior sucesso e é uma música que eu vou cantar para sempre”, arremata.

No sábado que vem – dia do show – o JP traz a segunda parte desta entrevista com Erasmo Carlos, onde ele dá detalhes do show, fala de Roberto e Tim Maia e revela que era um “pegador” na Jovem Guarda. Mais informações sobre o show estão no site da Domus, www.domushall.com.br.
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