Tribunal de Contas vai fiscalizar municípios que não prestam informações de despesas ao SUS
O
Tribunal de Contas do Estado deverá formar um grupo de trabalho para fiscalizar
quais os municípios que não estão prestando informações sobre os gastos com
saúde, conforme dispõe a Lei Complementar nº 141/2012. A medida vale também
para o governo do Estado. A sugestão partiu do conselheiro Fernando Catão, que
exerce o cargo de corregedor do TCE. “Fiz um levantamento dos municípios da
Paraíba, no exercício de 2012, apenas 122 informaram ao SUS os seus gastos com
saúde. Os demais municípios não informaram”, disse Catão ao levar o assunto
para a sessão do tribunal.
Ele
explicou que é competência do TCE, a partir da vigência da LC 141/2012,
fiscalizar e prestar as informações. “As informações devem ser bimestrais”,
disse. O conselheiro fez uma consulta no site do Ministério da Saúde (MS) e
constatou que os dados ainda não foram atualizados para o ano de 2013.
Lá
consta, porém, uma solicitação aos prefeitos e governadores para inserirem as
informações. “Neste sentido, eu sugeri a formação de um grupo de trabalho para
que bimestralmente se faça uma varredura em todos os municípios da Paraíba e se
produza as informações tanto para a sociedade como para o SUS, conforme determina
a lei”.
Catão
revelou que dentre os 122 municípios, apenas Aparecida, Camalaú e Picuí
enviaram ao MS e ao TCE exatamente as mesmas informações. Ele disse que o
município de Campina Grande informou menos de R$ 7 milhões. A secretária de
Saúde de Campina Grande, Lúcia Derks, disse que como as irregularidades
ocorreram na administração passada, ela não tinha como prestar os
esclarecimentos. “Eu não tenho informação nenhuma. Assumimos a gestão agora”.
Ela assegurou que na gestão do prefeito Romero Rodrigues as informações serão
prestadas conforme a lei.
O
município de João Pessoa também deixou de informar corretamente os gastos com
saúde. Segundo Catão, a prefeitura teria deixado de informar cerca de R$ 30
milhões. “É bom que se verifique o que realmente houve, já que tem casos onde a
diferença entre a informação prestada ao tribunal e ao MS chega à casa dos 30%,
indicando que já temos uma trilha de auditoria”, afirmou Catão.
Catão cobra
aplicação de multas
Outro
problema apontado pelo conselheiro Fernando Catão diz respeito ao não
cumprimento de uma resolução normativa do TCE, de 2011, que dispõe sobre a
remessa de informações de obras e serviços de engenharia, via internet, pelas
unidades gestoras estaduais e municipais da Paraíba. Ele disse que a não
informação enseja a aplicação de multa, mas o próprio tribunal não vem fazendo
uso dessa medida.
As
obras são monitoradas pelo Sistema de Gestão de Obras Georreferenciais da
Paraíba (GEOPB), implantado pelo TCE. “O GEOPB é uma ferramenta que está sendo
usada internamente pelo tribunal como um ganho enorme nos relatórios, mas
também é uma porta de informação do tribunal à sociedade. O que se observa é
que muitos municípios não estão depositando os dados como devem fazê-lo”, disse
Catão. Ele propôs que o tribunal oficie a todos os jurisdicionados acerca da
necessidade de fazer o cadastramento no sistema e defendeu que o tribunal
comece a aplicar as multas nos casos de descumprimento. O presidente do TCE,
Fábio Nogueira, concordou com a sugestão de Catão. “Não é admissível que os
gestores não cumpram uma Resolução do tribunal e fique por isso mesmo”,
declarou.
Fonte: Jponline
Postar um comentário
Deixe seu comentário