Moradores
de Camboinha realizaram na manhã deste domingo (09), mais um protesto no já denominado,
“contorno da morte” Km 04 da BR 230, estrada de Cabedelo. A população está cada
vez mais indignada pela falta de resposta do DNIT para solucionar um erro do setor
de engenharia daquele órgão e que é responsável por provocar 15 acidentes e 10
mortes naquele trecho da rodovia federal.
Dezenas
de pessoas ocuparam os dois lados da BR-230, por volta das 10 horas, e atearam
fogo em pneus velhos e pedaços de madeiras. Policiais militares, do Corpo de
Bombeiros e da Polícia Rodoviária Federal estiveram no local, mas nada puderam
fazer diante da revolta da população. O trânsito ficou totalmente interrompido
dos dois lados do quilômetro 4 da BR-230 e os motoristas tiveram que pegar as
ruas laterais para chegar ao seu destino, principalmente os que seguiam para os
bares de Camboinha que nos domingos de sol ficam lotados de nativos e de
turistas que seguem em direção a Ilha de Areia vermelha, um dos principais
pontos turísticos da cidade.
O
prefeito de Cabedelo, Leto Viana, esteve no local para prestar solidariedade
aos manifestantes e disse que por ele, se tivesse autorização do Governo
Federal já teria solucionado o problema. Informando que já enviou ofício ao
DNIT pedindo providências e aguarda respostas. “Se o DNIT não tiver recursos
para fazer a obra em tem hábil, a Prefeitura de Cabedelo pode fazer a
construção do contorno da morte sem nenhum problema, desde que o DNIT autorize
a Prefeitura a fazer dentro da legalidade”, disse Leto no local. “Se a
responsabilidade fosse nossa, esse problema já estaria resolvido. Estamos aqui
para dizer que a Prefeitura de Cabedelo está à disposição do órgão federal para
ajudar no que for preciso e acabar com esse problema que vem tirando a vida de
muitos cabedelenses”, Arrematou o prefeito.
Mostrando
diversos ofícios que foram encaminhados ao DNIT, desde março do ano passado, o Padre
Noberto, vigário do Santuário São Judas Tadeu, paróquia local e um dos
organizadores do protesto, informou que as respostas vazias, o descaso, a falta
de diálogo, os desrespeitos por parte do DNIT para com a comunidade, fazem com que
o problema continue. “Eles responderam aos nossos ofícios e no último deles nos
informaram que em setembro de 2013 a obra estaria sendo executada, mas até hoje,
nada. Vidas estão sendo ceifadas e nada está sendo feito, por isso a revolta da
população”, esclareceu o religioso.
Estudantes
do IFPB, representantes das entidades representativas de Cabedelo e da classe política
local também participaram do protesto. O estudante Gabriel reclamou da falta de
segurança no acesso ao novo prédio construído para o funcionamento do IFPB,
principalmente no horário noturno. Os manifestantes reclamaram também da falta
de ação do Ministério Público de Cabedelo que até agora não teve nenhuma ação
quanto a este caso ou “descaso” do órgão com o contorno da morte e sugeriram ao
MP convocar o superintendente do DNIT, Dr. Gustavo Andrade para uma audiência
pública com os moradores de Camboinha.
Ernesto
Batista, representante da ACICA, classificou como irresponsável a atitude do DNIT
que, segundo ele, faz pouco caso da reivindicação dos moradores. “Se o diálogo
fosse mantido entre sociedade civil e dirigentes de órgãos públicos do Brasil,
com certeza episódios dessa natureza não aconteceriam. Mas a prepotência de
alguns estão bem acima do nariz de certos superintendente”. Disse o
representante da ACICA
Os
manifestantes também estavam mais indignados porque esta semana, um veículo que
pertence à paróquia de São Judas foi multado por um patrulheiro da Polícia
Rodoviária Federal nas proximidades da indústria do Café São Brás, Km 14 da BR
230, por alegação que a placa do carro estava invisível. “Nesse caso, orientar
o condutor do veiculo não seria um ato de educação do transito? Ou será que
multar o cidadão e levar o documento do carro para a sede da PRF em Bayeux/PB,
não teria sido um ato de tentar intimidar o padre pela coragem de reunir o povo
e mostrar os erros do DNIT?”, perguntou um protestante indignado.
A
paralisação da BR só acabou após a chegada dos veículos de comunicação, uma vez
que a intenção dos manifestantes era mostrar o problema para o maior número de
pessoas e chamar a atenção das autoridades competentes. Nenhum representante do
DNIT esteve no local para se posicionar sobre o assunto. Reportes de todos os
programas jornalísticos de João Pessoa e da imprensa cabedelense, estiveram no
local e registraram o protesto contra o retorno da morte em Camboinha Km 04 com
entrevista ao Pe. Noberto, moradores de Cabedelo e familiares das vítimas dos
acidentes que já aconteceram na localidade.
Fotos: Tadeu
Patrício/Internet
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