PCC e políticos controlam a rede do narcotráfico no nordeste e na Paraíba


O ano de 2010 ficará marcado na história da Paraíba na área de segurança pública. O Estado já registrou 57 ações praticadas por bandidos contra instituições bancárias e presenciaram 21 agências serem explodidas com dinamites por bandidos. Além disso, o tráfico de drogas tem atormentado populações de pequenas e grandes cidades de todo Estado e a Paraíba se transformou em rota e destino para grandes traficantes da Bolívia, Colômbia e Peru.
           Somente nos últimos três anos, foram apreendidos pela Polícia Federal, na Paraíba, mais de 470 quilos de crack e cocaína e mais de uma tonelada de maconha apreendidos. Especialistas e tráfico de drogas  estimam  que o número represente apenas uma pequena parcela do entorpecente que circula no Estado. Mesmo já tendo identificado a maior parte das rotas do tráfico de drogas no Estado, as polícias Federal, Civil e Militar parecem ter dificuldades em combater a organização e rapidez com que traficantes espalham grandes quantidades de entorpecentes pelas mais diferentes regiões paraibanas.
          Até mesmo em municípios antes considerados ‘pacatos’, como Solânea, no Brejo, e Santa Luzia, no Sertão, as ações de traficantes têm impressionado as autoridades de segurança pública. Este ano em Solânea foi marcado por denúncia que traficantes estariam trabalhando como cabos eleitorais e exigindo de lideranças políticas altas quantias em dinheiro, para garantir os votos de comunidades carentes. Já em Santa Luzia, no vale do  Sabugi, líderes do tráfico impõem ‘toque de recolher’ durante as noites na favela do ‘Monte’ e intimidam os moradores. A cidade foi citada, no ano passado, como uma das rotas de distribuição de droga oriunda da Colômbia para a região sertaneja, durante a ‘Operação Conexão do Sertão’.
          Um estudo sigiloso feito em conjunto pelas gerências de inteligência dos governos federal e estaduais dos nove Estados do Nordeste revela os caminhos seguidos pelos narcotraficantes para escoar a droga das fronteiras brasileiras até a Paraíba e os demais estados nordestinos. Drogas como o crack, a cocaína e a pasta base têm como fornecedores traficantes da Bolívia e Colômbia. A pasta base ingressa no país através do Mato Grosso e é deslocada para a Paraíba e estados vizinhos. O Peru, por não possuir condições de refino, fornece a pasta de coca, que entra no Brasil pelo estado do Acre.
          No início do mês de agosto deste ano agente federais apreenderam no Bairro de  Bodocongó,  na cidade de  Campina Grande, cerca de 14 quilos de crack, balanças de precisão e armas. A droga estava dividida em tabletes e em cada um deles havia uma marca, que seria um sinal de que ela teria sido produzida em um dos cartéis de droga colombianos. Aconteceu também em Campina Grande no segundo turno das eleições passadas a prisão de um traficante acusado de recolher títulos eleitorais para pressionar os eleitores a votar em favor de um dos candidatos que disputaram om pleito para o governo estadual. O traficante continua preso e o depoimento dele deverá ser peça fundamental para as investigações sobre o tráfico de drogas na serra da Borborema, com o envolvimento de políticos da região.
          Os índicios de envolvimento de homens provenientes do PCC começaram a surgir no mês passado, quando policiais do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil alagoana prenderam quatro homens em Arapiraca, com 50 quilos de dinamites que seriam usadas para explodir bancos no Nordeste. As suspeitas são de que criminosos paulistas estariam financiando as ações praticadas em bancos de vários Estados do Nordeste.
          Segundo as investigações da polícia, a quadrilha teria relações e recebido o material com um homem identificado como André Henrique Pereira, o “Foca”, procurado por vários assaltos e suposto membro da organização criminosa paulista.  Nessa semana, mais quatro homens foram detidos em uma operação conjunta entre a polícia alagoana e o Grupo de Operações Especiais (GOE-PB) da Paraíba, na cidade de São Miguel dos Campos. Deles, três eram naturais do Estado de São Paulo e conforme as investigações da polícia estariam atuando em ataques a bancos na Paraíba, usando maçaricos e explosivos. “O PCC há quase cinco anos comanda os principais presídios da Paraíba. Porém uma nova potencia chamada AL QUAEDA vem guerreando com o PCC, inclusive promovendo sequestros de familiares dos apenados integrantes do PCC. Nós já conseguimos prender mais de 30 pessoas por assaltos a banco em operações integradas. Da quadrilha de explosivos já foram presos alguns, porém são muitas quadrilhas trilhando para essa rota. E não só o PCC vem financiando, mas outros tipos de quadrilhas”, observou o delegado coordenador do GOE-PB, Wallber Virgolino.
          Em uma das últimas ações praticadas pelos bandidos no Estado, no município de São Mamede no Sertão paraibano, um grupo ainda desconhecido invadiu a agência do Banco do Brasil e explodiu com dinamites o estabelecimento. Do local, conforme as estimativas da polícia, teria sido roubado aproximadamente R$ 450 mil.

 Fonte: Edmilson Pereira com o PB1
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