Forte é o povo



Foi uma surra de votos. Não falo de violência. Falo da mão pesada do povo. Digo que foi a maior pisa que o governador José Maranhão (PMDB) já levou. Este foi o sexto turno consecutivo que o governador (pessoalmente ou representado por aliados) perdeu. Perdeu neste domingo, 31 de outubro de 2001, para sua própria arrogância e soberba. Perdeu por conta da impáfia de sua coordenação de campanha, que desacreditou debates, que ridicularizou os internautas e que só acreditou na força da boataria.
Ricardo Coutinho é o primeiro governador filho de João Pessoa. É o primeiro governador a ganhar na Capital, em Santa Rita, em Bayeux e em Campina Grande. Sua mensagem de união repercutiu em todos os cantos do Estado e foi mais forte do que os panfletos apócrifos, o dinheiro na cueca e a descarada certeza da impunidade.
Forte é o povo. Pior que políticos com mais experiência, como o próprio governador José Maranhão, relegaram ao escanteio a frase mais inspirada do senador Ruy Carneiro. Quiseram manipular o povo, com a força do dinheiro, com o medo da ameaças e com o temor da autoridade exercida de forma violenta.
Tão violenta que rasgou a Constituição, decepou a Lei de Responsabilidade Fiscal e todos os outros diplomas. Infâme por ter ludibriado categorias funcionais como se fossem marionetes nesse jogo sujo.
A Paraíba vira uma página suja de sua história. Passa uma borracha num pesadelo que vem se arrastando desde 1998.
É preciso que as novas gerações de políticos paraibanos entendam a mensagem dos eleitores. O pior de tudo isso é ver que alguns jovens foram forçados a semear o ódio e a intolerância. Foram ensinados a espalhar preconceitos contra os próximos, não respeitando cor, religião e sexo. Eis a resposta surda das urnas.
É tempo de repensar esses conceitos e construir um novo tempo. É hora de extirpar da vida pública essas pessoas que mentiram para os seus próprios aliados.
Ricardo Coutinho é o novo governador do Estado. Venceu o medo e o ódio. Tem quatro anos para provar a Paraíba que é o governador da unidade. Cabem a ele algumas dificéis missões, como a despolitização da polícia e a profissionalização do serviço público.
Ricardo Coutinho é o novo governador da Paraíba. José Maranhão, com todo respeito à sua pessoa, encerra o seu ciclo político.
Hermes de Luna

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