Rio Jaguaribe morre à míngua com despejo de esgotos, lixo e invasão de construções



Desde a nascente, situada próxima às Três Lagoas, e durante todo o seu curso, de 21 quilômetros (todos dentro da cidade de João Pessoa), o Rio Jaguaribe sofre com o despejo de esgotos, lixo, vegetação e construções que impedem que siga o seu curso. Moradores de áreas ribeirinhas vivem constantemente o medo de terem suas casas arrastadas por enxurradas nos períodos de chuva e convivem com cobras, jacarés e doenças. A Secretaria de Meio Ambiente (Semam) e a Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur) afirmam que têm projetos para ajudar a revitalizar o rio, mas a população reclama que o Jaguaribe está morrendo à míngua, por causa da omissão do poder público.
A dona de casa Marluce Brito, 67 anos, mora na Rua Xavier Junior, em Cruz das Armas, em uma casa às margens do Rio Jaguaribe. Ela disse que algumas casas da área já foram removidas, menos a dela. “Minha casa foi cadastrada pela Prefeitura para ser tirada daqui, no início do mandato de Ricardo Coutinho. Eles vieram, fotografaram tudo, mas até hoje não fizeram nada”, afirmou. O período de chuva é o maior medo de Marluce. “Tá chegando o período chuvoso e estou com o coração na mão, aqui vai ser um estouro d’água. Já tem parede rachada dentro da minha casa, tenho medo que caia tudo”, relatou. Segundo a dona de casa, a última vez que o rio passou por uma limpeza foi em 2012. “A Prefeitura passa aqui pra limpar o mato do rio, mas já fez mais de um ano desde a última vez que eles passaram. Cortam tudo, mas num instante cresce de novo”, disse Marluce.
Na comunidade São Rafael, um caso mais grave. Segundo a comerciante Severina da Silva Sousa, 64 anos, no trecho do rio perto da casa dela (após a ponte da Avenida Dom Pedro II) nunca foi feita uma limpeza do rio. “A Prefeitura nunca veio limpar o mato aqui e está ficando muito fechado, a água está invadindo o quintal, principalmente nas chuvas”, disse Severina. A proximidade com o rio acaba fazendo ela e a família conviverem constantemente com a ameaça de animais. “Tenho um medo danado aqui, tem muita cobra, aparece até jacaré. Tem muita muriçoca também, eu já tive dengue, meu filho e minha neta também, mas graças a Deus não foi hemorrágica”, afirmou. Ela mora no mesmo local há 38 anos e disse que antigamente, a realidade era bem diferente. “O rio aqui era muito limpo, não enchia. Dava até pra lavar roupa, tomar banho, era quase uma praia”, relatou Severina.

Fonte: Portal Correio
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