Presidenta Dilma anuncia redução de 16,2% no preço da energia elétrica residencial em 2013
O
governo anuncia que vai reduzir em 16,2%, em média, o preço da energia elétrica
para os consumidores residenciais. Para a indústria, o corte será de até 28%.
Os descontos, no entanto, só entram em vigor no início do ano que vem.
O
anúncio foi feito pela presidente Dilma Rousseff, em pronunciamento oficial
transmitido em cadeia obrigatória de rádio e TV na noite de ontem, em
comemoração ao aniversário da independência do País. Em sua fala, que durou 11
minutos e 32 segundos, a presidente Dilma fez ainda uma dura cobrança às
administradoras de cartão de crédito para que reduzam as taxas de juros
cobradas dos consumidores e avisou que "não descansará" enquanto isso
não acontecer.
Depois
de comemorar a redução da taxa de juros básica da economia (Selic), hoje em
7,5% ao ano, a presidente exigiu maior empenho do setor financeiro para reduzir
os encargos aos consumidores. "Isso (o corte da Selic) me alegra, mas
confesso que ainda não estou satisfeita porque os bancos, as financeiras e, de
forma muito especial, os cartões de crédito podem reduzir ainda mais as taxas
cobradas ao consumidor final, diminuindo para níveis civilizados seus
ganhos", desabafou a presidente. "Sei que não é uma luta fácil, mas
garanto a vocês que não descansarei enquanto não vir isso se tornar
realidade", emendou.
A
cobrança foi feita no mesmo dia que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica
Federal anunciaram cortes nos juros do cartão, de 30% em média no caso do Banco
do Brasil e de até 58% no caso da Caixa. Os bancos públicos têm saído à frente
em ações que o governo quer que sejam seguidas pelos bancos privados. Foi assim
com a redução de juros de empréstimos e cheque especial.
Dilma
alertou ainda em seu pronunciamento que "também não descansará" na
busca de novas formas para diminuir impostos e tarifas, sem causar
desequilíbrio às contas públicas e sem levar prejuízo às políticas sociais.
Após lembrar medidas que têm sido adotadas pelo governo para restabelecer a
capacidade produtiva do País, com redução de impostos em vários setores, a
presidente falou da crise internacional, citando que o Brasil, apesar de sofrer
uma "redução temporária" do crescimento, não enfrentou desemprego,
nem perda de direitos trabalhistas ou de salário dos trabalhadores. "Somos
um dos poucos países que houve ganho real de salário."
A
presidente Dilma fez questão de dar uma explicação sobre os motivos que levaram
o governo a reduzir mais o preço da energia para o setor produtivo do que para
o consumidor. Ela disse que, no caso do setor produtivo, a diminuição da conta
chegará a 28% "porque os custos de distribuição são menores". Esse
fato, justificou, "torna o setor produtivo mais competitivo".
Salientou
ainda, o significado da palavra competitividade, que está sendo buscada pelo
governo, para incorporar ao tripé: estabilidade, crescimento e inclusão social.
Para a presidente, a queda no custo da energia que será obtida beneficiará as
exportações e ajudará a evitar demissões.
Segundo
Dilma, a redução dos preços da energia não é a única adotada pelo governo para
reduzir o custo da produção, aumentar o emprego e reativar a economia. Em
seguida, citou o plano de R$ 133 bilhões de investimentos em ferrovias e
rodovias e lembrou que um programa de melhoria na eficiência de portos e
aeroportos está sendo preparado.
O
anúncio oficial do pacote de energia, inclusive com a renovação de algumas das
concessões de hidrelétricas será feito no Palácio do Planalto, na próxima
terça-feira, às 11 horas. A redução será possível graças à desoneração de
impostos federais do setor, assinada pela presidente, em medida provisória a
ser encaminhada ao Congresso. O governo desejava que os Estados também tivessem
contribuído, com diminuição de seus impostos, para que o benefício fosse ainda
maior, mas não obteve sucesso.
Críticas a FHC
A
presidente também atacou o modelo de privatização do governo Fernando Henrique
Cardoso. "Ao contrário do antigo e questionável modelo de privatização de
ferrovias que torrou o patrimônio público para pagar dívidas e ainda terminou
por gerar monopólios, privilégios, frete elevado e baixa eficiência, o nosso
sistema de concessão vai reforçar o poder regulador do Estado, para garantir
qualidade, acabar com os monopólios e assegurar o mais baixo custo de frete
possível", declarou a presidente em seu discurso, se referindo à Rede
Ferroviária Federal RFFSA, privatizada por Fernando Henrique.
No
encerramento de seu pronunciamento, Dilma disse ainda que quer negociar uma
mudança no sistema de impostos brasileiro. "Estou disposta a abrir um
amplo diálogo, com todas as forças políticas e produtivas para aprimorarmos o
nosso sistema tributário".
+ comentários + 1 comentários
O Blog do Professor Marciano Dantas ultrapassou a marca dos 900 mil acessos.
Postar um comentário
Deixe seu comentário