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O tempo passa, o governo muda e as famílias do João Paulo II esperam suas casas para morar com dignidade.
Quem
passa diariamente na BR 230, nunca andou de trem e nem adentrou os bolsões de
miséria que ainda persistem e é gritante em nosso município (tão rico em arrecadação,
na renda percapta e nos índices de IDH - Índice de Desenvolvimento Humano, mas tão
pobre na distribuição dessa renda com todos os habitantes da cidade), não podem
perceber como vivem centenas de famílias que há mais de vinte anos esperam o
socorro do governo para conseguirem suas habitações.
Em
Cabedelo não era mais para existir favelas, muito menos, aglomerados e pessoas,
seres humanos, vivendo em condições subumanas e degradantes. Mas existem! Não só
uma, a cidade está maquiada pelas vitrines das lojas da BR e cheia de locais
onde moram serem humanos em condições inadequadas! Quem contempla do conforto
de seu carro a beleza das vitrines existentes na BR, precisa adentrar além das
lojas para conhecer os aglomerados de famílias vivendo em condições desumanas,
em sua cidade.
O
João Paulo II é uma comunidade que fica localizada entre a mata da amem e a
linha férrea no Renascer III. Abriga hoje, cerca de 100 famílias morando em
barracos de madeira, papelão, lona. Há vinte anos esperam o socorro dos
governos. Não é possível que não existam recursos nesta cidade tão rica ou
alguém capacitado para a elaboração de projetos habitacionais. Prefiro
acreditar que falta mesmo é vontade política. Será que esperam que eles
evaporem? Ou querem a permanência dessa situação para manterem-se tangendo-os,
de quatro em quatro anos, a seu bel prazer.
Cabedelo
tem hoje mais de dez comunidades como o João Paulo II. O problema habitacional
é crônico. Além dos barracos de madeira e papelão, existem ainda na cidade várias
comunidades com residências sem regularização fundiária. Isso acontece em toda
a cidade, da salina ao centro. As casas que já foram construídas e entregues pelo
governo, principalmente no Jacaré e Portal do Poço, não foram contempladas com
infraestrutura adequada e muitas não podem ser habitadas durante o inverno.
O
próximo governo tem que assumir esse compromisso com Cabedelo e seus habitantes,
para que no futuro tenhamos uma convivência digna, pacifica e harmônica da
sociedade. Bem como para fazer jus ao direito dessas famílias morarem bem em
uma cidade que, por ser pequena geograficamente e tão rica em arrecadação, poderia
já ter resolvido seu problema habitacional e se dado ao luxo de servir de
modelo para o estado em saneamento e condições de habitabilidade.
Texto e Foto: Aguinaldo silva. Clique Aqui pra ver mais fotos em um álbum no facebook
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