Campina
tem fama de exagerada. O campinense idem. Da política ao futebol, do próprio
nome ao São João, tudo em Campina é mais que o normal. Portanto, o enterro do
poeta Ronaldo Cunha Lima, um dos maiores líderes políticos do Estado, neste
domingo chuvoso de 2012, não tinha como ser singelo, miúdo, discreto.
Uma
multidão lotou a pirâmide do Parque do Povo, local construído por Ronaldo
quando prefeito da cidade, para o povo comemorar o Maior São João do Mundo, em
um adeus emocionante, a um dos maiores líderes políticos que fez Campina Grande
ainda maior, escrever as últimas paginas do livro da vida do poeta que governou
a Paraíba e deixou seu legado na poesia e na política brasileira. O enterro do
poeta aconteceu na tarde deste domingo (08/07), no cemitério Monte Santo na
cidade que lhe fez político. Representantes de todas as agremiações
partidárias, correligionários, familiares e amigos lhe renderam homenagem.
No
local, o som de “Luzes de Arribalta” Seus familiares, capitaneados pelo filho
Senador Cássio Cunha Lima, receberam as condolências levadas pelo governador
Ricardo Coutinho, pelo senador Cícero Lucena, deputados federais e estaduais
paraibanos, prefeitos de diversas cidades da Paraíba, lideranças partidárias (a
exemplo do Engenheiro Quintans e do Empresário Jonson do PSC cabedelense),
religiosos e o povo que sempre amou o poeta e seus causos, fizeram questão de, debaixo
de chuva, levar a Ronaldo sua coroa de flores. Basta saber que acabou o estoque
de flores na cidade.
Cada
qual com uma história pra contar. Milhares de pessoas se exprimiam para entrar
na pirâmide do Parque do Povo para acompanhar o cortejo e ver o descanso
definitivo do poeta. Em meio a soluços e lagrimas diziam que já votou nele, que
já bebeu com ele, que já foi ajudada por ele. A cena do caixão do poeta fincado
embaixo da pirâmide do Parque do Povo, histórica para todo o sempre, ficará
marcada na cabeça e no coração de cada um deles. Ao idealizá-lo, o poeta só
precisou unir duas coisas que parecia mais gostar na vida: de brincar e de
povo. Não poderia sair de sua cabeça, senão, um parque do povo.
Ao
chegar a hora de deixar o parque, como se Deus quisesse dar sentido prático ao
pranto de muitos, eis que o céu de Campina Grande se despediu do Poeta fazendo
rolar pela cidade a chuva que se confundiu com as lágrimas de alguns presentes,
mas que não tirou os paraibanos das ruas para última homenagem ao
ex-governador. Com guarda chuva, sombrinhas e até sem proteção, centenas de
pessoas seguiram o cortejo e o carro do Corpo de Bombeiros para o Cemitério
Monte Santo, com o filho Cássio Cunha Lima e o governador Ricardo Coutinho,
personagens escaladas para a derradeira viagem automotiva do poeta.
Ao
chegar ao cemitério, outra demonstração de grandeza. Milhares de pessoas
aglomeradas gritando sem treino prévio “Ronaldo eu te amo” revelaram que estava
sendo enterrado ali um homem incomum. Foi grande a comoção no sepultamento.
Como foi no velório do Parque do Povo, na missa, no cortejo. Como disse Luis
Torres, “Campina deu ao um dos seus maiores líderes, como não poderia ser
diferente, o maior adeus do mundo”.
Ronaldo
deixa a viúva, quatro filhos e oito netos. O poeta teve 10 irmãos: Aluisio,
Ivandro, Lucio, Zelia, Fernando, Roberto, Marta, Maria José, Terezinha e
Renato, dos quais três são falecidos (Aluisio, Lucio e Fernando).
"Quando
eu for pra eternidade, onde só Deus me alcança, eu não quero ser saudade, já me
basta ser lembrança". Ronaldo Cunha Lima.
Aguinaldo Silva
com L. Torres e Ecliton Monteiro.
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