Por Ernesto Luiz Batista Filho
UFPB e TCE-PB assinam convênio com vista a fiscalizar qualidade dos gastos na educação
Tão
importante quanto fiscalizar o valor dos gastos na educação é termos um
instrumento de controle da qualidade desses gastos para que a sociedade possa
exigir um melhor nível do ensino oferecido pelas prefeituras e pelo governo do
Estado na Paraíba. Nesse sentido o reitor da UFPB, Prof. Rômulo Polari e o
Presidente do TCE-PB firmaram um convênio no dia 13/02/2012, a fim de
estabelecer critérios para rejeitar a prestação de contas das prefeituras e do
governo do Estado quando esses entes não oferecerem ensino fundamental e médio
de qualidade.
Caberá
à UFPB, a partir de uma comissão de cursos envolvidos, estabelecer os critérios
de qualidade dos gastos no ensino público da Paraíba, no prazo máximo de um
ano, a contar da data de assinatura do convênio. Tais critérios ao serem
adotados pelo TCE permitirão o controle da eficiência dos gastos públicos na
educação enquanto princípio constitucional. Portanto, os critérios de qualidade
dos gastos na educação precisam existir para se fazer cumprir o princípio da
eficiência. Esses critérios também poderão ser usados pelo poder legislativo e
pela sociedade civil organizada nas fases de discussão e aprovação das leis
orçamentárias, assim como nas ações de controle social dos gastos públicos na
educação.
Atualmente
o TCE analisa o montante gasto pelas prefeituras e pelo Estado na educação,
verificando apenas o percentual legal mínimo de vinte e cinco por cento das
receitas tributárias como manda a Constituição. A qualidade desses gastos
realmente é duvidosa e se reflete nos indicadores desenvolvimento da educação
em nosso Estado. Temos o exemplo do município de Cabedelo que, segundo dados do
próprio TCE-PB, utilizou em 2007 parte dos recursos destinados à educação em
gastos com o corpo da guarda municipal daquele município, uma vez que o gestor
entendeu que a vigilância dos prédios escolares do município de Cabedelo fazia
parte dos gastos com a educação. Situações como essas tenderão a ser coibidas
quando os órgãos de controle estatal e a sociedade civil organizada obtiverem
parâmetros de qualidade para os gastos na educação. Nesse sentido, a iniciativa
da Universidade Federal da Paraíba é de suma importância e poderá ser utilizada
para orientar os gastos públicos em outras áreas como os gastos na saúde.
A
universidade, a partir do seu potencial de produção e difusão de conhecimento
científico e tecnológico, tem muito a contribuir para que a sociedade civil
organizada e os órgãos de controle estatais possam exigir dos municípios e do
Estado melhor qualidade dos gastos que devem estar sempre vinculados a políticas
públicas para o desenvolvimento social e econômico da Paraíba.
Por Ernesto Luiz Batista Filho
*Economista,
servidor da Universidade Federal da Paraíba.
Presidente
da Associação Cabedelense para Cidadania – Acica.
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