2 de Fevereiro, é dia de Iemanjá
“Conta
a tradição dos povos iorubás (atual Nigéria), que Iemanjá era a filha
de Olokum, deus do mar. Em Ifé, tornou-se a esposa de Olofin-Odudua, com
o qual teve dez filhos, todos orixás. De tanto amamentar seus filhos,
os seios de Iemanjá tornaram-se imensos. Cansada da sua estadia em Ifé,
Iemanjá fugiu na direção do “entardecer-da-terra”, como os iorubas
designam o Oeste, chegando a Abeokutá. Iemanjá continuava muito bonita.
Okerê propôs-lhe casamento. Ela aceitou com a condição que ele jamais
ridicularizasse a imensidão dos seus seios.
Um
dia, Okerê voltou para casa bêbado. Tropeçou em Iemanjá, que lhe chamou
de bêbado imprestável. Okerê então gritou: “Você, com esses peitos
compridos e balançantes!” Ofendida, Iemanjá fugiu. Okerê colocou seus
guerreiros em perseguição e Iemanjá, vendo-se cercada, lembrou que tinha
recebido de Olokum uma garrafa, com a recomendação que só abrisse em
caso de necessidade. Iemanjá tropeçou e esta quebrou-se, nascendo um rio
de águas tumultuadas, que levaram Iemanjá em direção ao oceano,
residência de Olokum.
Okerê,
tentou impedir a fuga de sua mulher e se transformou numa colina.
Iemanjá, vendo bloqueado seu caminho, chamou Xangô, o mais poderoso dos
seus filhos, que lançou um raio sobre a colina Okerê, que abriu-se em
duas, dando passagem para Iemanjá, que foi para o mar, ao encontro de
Olokum.
Iemanjá
usa roupas cobertas de pérola, tem filhos no mundo inteiro e está em
todo lugar chega o mar. Seus filhos fazem oferendas para acalmá-la e
agradá-la. Iemanjá, Odô Ijá (rainha das águas), nunca mais voltou para a
terra. Ainda existe, na Nigéria, uma colina dividida em duas, de nome
Okerê, que dá passagem ao rio Ogun, que corre para o oceano.”
Fonte: Portal Rio Vermelho
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