TRIBUTO A UM AMIGO - Tadeu Patrício homenageia Waldir de Melo
WALDIR
DE MELO PEREIRA, de nome artístico WALDIR MELO, também conhecido como
“Waldir que conserta televisão no mercado”. Natural de Cabedelo, nasceu
em 1951, completaria 52 anos no próximo dia 19 de Dezembro de 2011.
Diferente de muitos jovens cabedelenses nunca se encantou com a vida
marítima no sentido de embarcar. Buscou seu sonho, em ser um técnico em
eletrônica, por isso viajou para o Rio de Janeiro em 1983, onde fez
cursos e trabalhou na PHILIPS. No início da década de 90 já um pouco
estabelecido, retorna a Cabedelo por sentir grande saudade da terrinha
amada, além da preocupação com a saúde de sua mãe.
Nessa
época já tocava violão como autodidata e era canhoto. Dedilhava o
instrumento sem haver a necessidade de inverter a posição das cordas.
Seu gosto pela música era o estilo romântico que seguia a linha de
grandes nomes de artistas nacional, como: Roberto Carlos, Fernando
Mendes, José Augusto, Reginaldo Rossi, The Fevers, Renato e Seus Blue
Caps, entre outros.
Incentivado
pelo músico Tadeu Patrício começou a compor suas próprias canções na
linha romântica que era seu estilo próprio. Suas composições abordam
temas relacionados ao amor, a paixão, a solidão, o ciúme, a tristeza,
etc...
Participou do II Festival de Música de Cabedelo - FEMPOC,
realizado na época no Colégio Imaculada Conceição em 1982, promovido
pelo Projeto Interação de Cabedelo da Universidade Federal da Paraíba,
evento este, que contou com o apoio cultural da Prefeitura Municipal de
Cabedelo, do comércio e indústria local. O grande problema encontrado
pelo compositor Waldir Melo era, na época, superar a sua timidez e medo
de cantar diante de uma platéia, fato que não havia experimentado
anteriormente. Mas incentivado pelos amigos Tadeu Patrício e Ivan Soares
tomou coragem e resolveu enfrentar o público. E quando chegou a vez de
cantar, tendo sido anunciado seu nome, subiu ao palco e mandou ver o seu
recado musical agradando por demais a sua apresentação. De lá para cá
não quis mais parar de compor e cantar. Por isso estava sempre
participando de todos os eventos culturais promovidos pelo Movimento de Música Popular de Cabedelo – MUSIPOC,
tanto na realização das Amostras de Músicas Populares de Cabedelo, como
nos shows musicais que contavam com o incentivo de entidades da
Sociedade Civil Organizada, a exemplo, a Associação Artístico-Cultural
de Cabedelo – AACC, a Fundação Fortaleza de Santa Catarina, o Teatro
Santa Catarina, o Projeto Cabedelo e Seus Artistas, coordenado pelo
professor Ramalho Pinto e os Shows de Aniversários do Programa Show do
Brega, coordenado pelo radialista Luiz Ferreira da Kebramar FM, 104.9 –
Cabedelo/PB.
Seu
maior sonho era gravar um CD solo com as músicas do seu vasto
repertório. Mas enquanto isso não se concretizava ia levando a vida
participando de Projetos Culturais promovido pelo MUSIPOC, entidade
cultural de Cabedelo que proporciona aos compositores cabedelenses uma
oportunidade de participar da gravação do CD coletivo. E nos três
primeiros volumes do Cd Waldir Melo registrou sua passagem pela música
em Cabedelo. CD Vol. I – Cabedelo e Suas Canções, onde gravou a música: Como eu gosto tanto de você; CD Vol. II - Coletânea Musical de Cabedelo, onde gravou a música: Homem que você sonhou; CD Vol. III – Forte é o Som da Terra, onde gravou a música: Conselhos de Mãe.
A
partir de 1997 começou a surgir um problema de saúde, pois, descobriu
que era diabético. Este problema acabou lhe trazendo alguns
desconfortos, sendo obrigado a fazer duas cirurgias, tendo que ampultar a
perna por duas vezes. Mas, teimoso como geralmente são os homens,
deixou-se relaxar aos cuidados da saúde. Como era um grande apaixonado
pela eletrônica não quis parar de trabalha. Mesmo tendo se aposentado
por invalidez, continuava a trabalhar às vezes pegando peso naqueles
modelos de televisores mais antigos, puxando de uma bancada para outra
em sua oficina.
Inteligente
como era, deu logo um jeito de adaptar seu carro e assim poder
continuar dirigindo, mesmo faltando uma parte da perna.
Neste
tributo a Waldir Melo, não poderia deixar de falar da sua companheira, a
cachorrinha “Paloma” que lhe acompanhava por onde quer que ele fosse.
Inclusive ela havia se acostumado tanto com o som das músicas que ficava
ali num cantinho acompanhando os ensaios da banda. Já nos eventos,
enquanto Waldir Melo era posicionado no placo sentado na cadeira para
cantar, ela ficava ali ao lado dele quietinha como uma espécie de
segurança do artista. Ninguém se atrevia aproximar-se do cantor Waldir
Melo sem a autorização do seu dono. É como quem quisesse dizer: “ninguém
poderá interromper a música enquanto Waldir Melo canta no placo”.
Infelizmente
quis o destino que a despedida de Waldir Melo fosse assim tão de
repente. Naquela manhã de sábado, dia 05 de Novembro de 2011, o
Movimento Cultural de Cabedelo – MCC se preparava para realizar a
comemoração do Dia Nacional da Cultura, com a realização
de um evento no Teatro Santa Catarina, quando em dado momento o meu
celular toca e recebo a triste notícia através do meu amigo Salvino,
informando que Waldir Melo havia falecido de uma parada Cardíaca em sua
residência.
O
seu sepultamento foi marcado para ás 10:00 horas da manhã de domingo,
mas como o corpo não havia sido liberado pelo IML, o sepultamento foi
agendado para às 17:00 horas, onde contou com a presença de familiares,
vizinhos e uma representações de vários associados do Movimento de
Música Popular de Cabedelo – MUSIPOC que foi prestar a última homenagem
ao grande companheiro da cultura cabedelense, Waldir Melo. Mesmo tendo
havido uma simples homenagem ao músico Waldir Melo dentro na programação
do evento DIA NACIONAL DA CULTURA, os associados do Musipoc pretendem
realizar um show para fazer um tributo ao companheiro, cantando algumas
músicas de sua autoria, bem como músicas que ele costumava cantar entre
nós. “A vida não termina com a morte. A morte termina com a ressurreição”. Leonardo Boff.
Tadeu Patrício
Agente Cultural.
+ comentários + 1 comentários
É com imenso pesar que recebo esta notícia do falecimento de Waldir, onde eu simplesmente gostava de ouvi-lo cantando suas musicas. E o ano passado por esta época pedia pra ele cantar uma musica de Fernando Mendes. E assim, mais uma lacuna fica na cultura de Cabedelo.
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