Governo ganha votação na AL e Janduy Carneiro descobre que não é Deus
O governo Ricardo Coutinho (PSB) ganhou mais uma na Assembleia
Legislativa. Aprovou por 19 votos a 14 a Medida Provisória que permite
terceirização dos serviços públicos da saúde e mantém intacto, assim, o
contrato da Cruz Vermelha no Hospital de Trauma em João Pessoa.
Essa
vitória, no entanto, tem um sabor diferente. Fruto de uma intensa
articulação política nos últimos dias, ela aconteceu depois que o
governo perdeu o apoio do deputado Janduy Carneiro (PPS), ex-aliado que
rompeu com o governo dias atrás.
Presidente
da comissão mais poderosa da Assembleia, a de Constituição e Justiça,
Janduy foi contagiado por um dos maiores pecados capitais: a soberba.
Achou que por ser presidente da CCJ poderia peitar todo um Poder
Executivo. A votação mostrou de hoje que não pode.
Presidente
por presidente, o governo preferiu apostar em Ricardo Marcelo (PSDB),
que preside a Assembleia. Além disso, o governo recorreu ao voto de
parlamentares da oposição e garantiu o quórum necessário para a votação.Derrubou
sem problemas o parecer da CCJ comandada por Janduy. Que sai da sessão
de hoje consciente de que a posição de romper com o governo só alterou
mesmo sua própria vida. Não a do governo.
Caio Roberto: deputado da oposição que vota com o governo
Se
todo oposicionista fosse como o deputado Caio Roberto (PR), o
governador Ricardo Coutinho (PSB) iria mandar construir uma estátua para
a bancada de oposição. Filho de Wellington Roberto (PR), o jovem
deputado reafirmou que é oposição, mas deu o voto decisivo para
aprovação da MP da Cruz Vermelha.
Veneziano sofre primeira derrota
Na
primeira vez que colocou a cabeça pra estadualizar um debate, o
prefeito Veneziano Vital do Rego perdeu na articulação política. Depois
de convocar reunião para posicionar a bancada contra a proposta de
terceirização, viu a bancada do governo aprovar a MP da Cruz Vermelha
com voto de deputados do PMDB e da oposição. E ainda não teve como
evitar a ausência do seu pupilo, deputado Guilherme Almeida, que
desfalcou a oposição em razão de viagem pela Europa.
Recado final
Agora,
cabe ao governo do Estado garantir que todos os serviços de saúde
pactuados com organizações sociais melhorem consideravelmente. Caso
contrário, a vitória de hoje pode virar derrota amanhã.
Blog de Luís Tôrres
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