Debate sobre o PETCOKE de Cabedelo começa a tomar corpo e já divide opiniões na cidade.

Começa a tomar forma o debate sobre o PETCOKE na cidade de Cabedelo. Acontecerá na próxima sexta-feira, dia 02/09, as 19h30hs, no Teatro Santa Catarina, uma palestra onde será apresentado um trabalho de pesquisa com dados e ilustrações em fotos, vídeos e depoimentos de pessoas da comunidade que estão sofrendo os transtornos causados pelo Pó Preto (nome dado pela comunidade ao produto).
Segundo informações repassadas a nossa redação, os interessados em manter o PETCOKE na cidade portuária, conseguiram abortar uma manifestação que seria organizada por entidades da sociedade civil e que estava prevista para acontecer na primeira quinzena de agosto.
Um grupo denominado de COMITÊ EM DEFESA DO PORTO DE CABEDELO enviou e-mail a nossa redação, criticando, o que chamou de “opiniões equivocadas emitidas por algumas pessoas” e afirmando que o petcoke não é tóxico e, muito menos, cancerígeno. “Estudos científicos abalizados, realizados por organismos nacionais e internacionais, atestam e comprovam esta afirmativa” diz o e-mail. Acrescentando que não há registro de nenhum caso de doenças dos trabalhadores (avulsos, motoristas, operadores de máquinas, etc) que lidam diretamente com o produto, durante os 12 anos que o mesmo é movimentado no Porto de Cabedelo.
Segundo os defensores do Coke, 18 portos brasileiros movimentam o produto e Cabedelo dispõe do mais moderno e sustentável Terminal de Armazenamento deste produto, em toda América Latina (TECOP). E quanto ao TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), assinado no ano de 2004, alegam que foi anterior à construção do TECOP, quando o produto era armazenado de forma inadequada, nas áreas próximas ao Porto (vizinho à Petrobras), sendo certo que suas cláusulas foram e estão sendo rigorosamente cumpridas atualmente. Acrescentando que a movimentação de petcoke em Cabedelo responde por 40 por cento de toda movimentação do nosso Porto, gerando mais de 500 empregos diretos em cada navio, cuja massa trabalhadora é formada, em sua grandiosa maioria de 90 por cento, por filhos de Cabedelo e no ano passado, foram recolhidos R$ 34 milhões em ICMS e ISS, nas operações relacionadas a esta movimentação.
Assinam o e-mail os Senhores: Márcio A. Madruga do Comitê em Defesa do Porto de Cabedelo; José Arlan Rodrigues do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado da Paraíba; Antônio Ricardo Taboza da Intersindical de Cabedelo; José Ramos Viana da Associação dos Trabalhadores do Porto de Cabedelo; José Valentim de Souza do Sindicato dos Estivadores de Cabedelo; Cláudio Januário de Araújo do Sindicato dos Arrumadores de Cabedelo; Antônio Ricardo Taboza do Sindicato dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga de Cabedelo; José Francisco da Silva do Sindicato do Bloco e Vigias do Porto de Cabedelo; Adenilson Farias Lima do OGMO- Órgão de Gestão de Mão-de-obra de Cabedelo; Rosivando Neves Viana da CONTTMAF-PB - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes; SINDMAR - Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante; Márcio A. Madruga do SANMEP - Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado da Paraíba; José Fernandes Pinto do SINDOP-PB - Sindicato dos Operadores Portuários de Cabedelo e Juarez Koury Viana - Praticagem de Cabedelo Ltda.
Os organizadores do novo debate contestam as afirmações do Comitê e afirmam que a reunião acontecida no último dia 11 de agosto de 2011 não ouviu as entidades da sociedade e a comunidade prejudicada e somente os trabalhadores do porto foram avisados de tal reunião. “Não me cabe saber as razões dessa falha. Eu particularmente fico desconfiado (é um direito que me assiste) porque tal debate não foi amplamente divulgado? Se houve convites não recebemos? Carro de som, não ouvimos? Não entendo qual foi o objetivo? Só acho que a comunidade deve está inserida! Por que outras entidades da sociedade civil de Cabedelo não foram convidadas? Por que órgãos como Sudema, Ibama, Iphan, Conselho de Saúde de Cabedelo, entre outros não estão na lista de participantes do debate? Por que os moradores que mais se sentem prejudicados nos seus direitos de um meio ambiente límpido não foram convidados? A quem interessou tal debate?” Pergunta um dos organizadores. Para o jornalista Paulo Nogueira, fazer um debate/palestra com aqueles que estão envolvidos diretamente na questão das necessidades do emprego e sobrevivência de trabalho é fazer de conta que debatemos o assunto. “Fica fácil convencê-los nos termos que foram colocados! Certamente não tiveram nada a acrescentar! Só queremos andar por Cabedelo entre ruas, avenidas, praças e BR-230 e não ver o maligno pó preto sujando tudo. Quero sim, respirar melhor, sentir a brisa do cheiro do mar que é característica de Cabedelo. Até isso tão querendo tirar da gente?” Pergunta o jornalista.
Tadeu Patrício afirma que até as atividades culturais existentes na Fortaleza de Santa Catarina (ensaios da nau catarineta, do musipoc, do auto de natal, da paixão de cristo) têm sido prejudicadas e às vezes canceladas em razão desse maligno pó preto que o vento tem levado do porto para o nosso monumento histórico, prejudicando assim as atividades culturais. “Não me venha dizer que não faz mal a saúde, pois a gente sente as mudanças na voz, nos olhos e o cansaço que se apresenta no corpo. As consequências e os danos à saúde virão depois, pode está certo. Até o gramado verde da Fortaleza fica preto, portas, janelas, portões e o paredão daquele monumento histórico fica coberto de pó e constantemente recebemos reclamações dos turistas que nos tem visitado, uma vergonha as autoridades que até então não tomaram nenhuma providência sobre o caso. Cadê os deputados federais, estaduais e vereadores eleitos pelo povo de Cabedelo? Uma vergonha...” desabafou Tadeu, acreditando que o encontro de sexta-feira 02/09, deva nortear as soluções e a posição da comunidade para decidir que Cabedelo queremos para o futuro.
Aguinaldo Silva
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