Os decretos enviados pelo prefeito aos vereadores para fazer essas doações com encargo tem sido justificado pela necessidade de se obter dessas empresas dinheiro para realizar obras como parada de ônibus e biblioteca e até concertar buracos de rua. Mas a pergunta que se faz é: para onde estão indo os impostos do povo de Cabedelo, município que ostenta a terceira arrecadação do Estado da Paraíba??
ACICA denuncia Festival de Doações de Terrenos Públicos em Cabedelo sem critérios e ao arrepio da Lei de Licitações
Recentemente a população de Cabedelo tem assistido
a um festival de “doações onerosas” de terrenos públicos destinados a praças e
equipamentos sociais de saúde, educação, esportes, serviços sociais, etc. Esses
imóveis são bens destinados por lei ao uso da população, por isso diz-se que
são “afetados” por lei, ou seja, tem destinações específicas e não fazem parte
dos bens disponíveis para que o prefeito possa negociar com o terceiro que ele
quiser.
Ocorre que o prefeito tem enviado para a Câmara
Municipal, Decretos de desafetação, ou seja, pede para a Câmara aprovar leis
que desafeta, ou desfaz a destinação legal de uso desses terrenos para que os
mesmos passem a ser patrimônio da prefeitura, e em seguida o prefeito possa
transferir esses terrenos para terceiros.
Essas desafetações e as consequentes doações não
podem ocorrer ao talante do prefeito e pela conivência dos vereadores, ao
arrepio dos princípios legais da administração pública. Primeiro porque são
imóveis que mais cedo ou mais tarde poderão ser usados para sanar a falta de
praças, centros esportivos, escolas, postos médicos, etc.
Segundo, porque o prefeito de Cabedelo transfere
esses terrenos à empresa ou pessoa que ele quer. Isso não é permitido uma vez
que os bens públicos ainda que fossem do patrimônio da prefeitura só podem se
transferidos por licitação na modalidade de concorrência, aberta ao público,
para se obter o maior valor de venda.
Os decretos enviados pelo prefeito aos vereadores para fazer essas doações com encargo tem sido justificado pela necessidade de se obter dessas empresas dinheiro para realizar obras como parada de ônibus e biblioteca e até concertar buracos de rua. Mas a pergunta que se faz é: para onde estão indo os impostos do povo de Cabedelo, município que ostenta a terceira arrecadação do Estado da Paraíba??
Os decretos enviados pelo prefeito aos vereadores para fazer essas doações com encargo tem sido justificado pela necessidade de se obter dessas empresas dinheiro para realizar obras como parada de ônibus e biblioteca e até concertar buracos de rua. Mas a pergunta que se faz é: para onde estão indo os impostos do povo de Cabedelo, município que ostenta a terceira arrecadação do Estado da Paraíba??
Os vereadores, por imperícia ou falta de zelo com a
coisa, pública tem aprovado essas doações sem questionar a importância
estratégica dessas áreas cada vez mais escassas na cidade de Cabedelo. Toda
população deve tomar conhecimento desses fatos assim como acionar o ministério
público e até a justiça diretamente para conter essa forma de dilapidação do patrimônio
público da cidade.
Algumas ações dessa natureza já foram tomadas e até
já se reverteu uma doação de uma Praça em Intermares através de uma ação do
ministério público de autoria do promotor Ronaldo Guerra.
Também o Tribunal de Contas do Estado exigiu do ministério
público uma ação que se arrasta contra a doação de uma grande área de
Intermares para uma faculdade particular. Cidadãos de Cabedelo também podem e
devem requisitar ações do ministério público, do tribunal de contas, e da
justiça, através de ação popular para estancar essa sangria.
Tudo seria mais fácil porém se houvesse por parte
do prefeito o devido respeito para com o patrimônio público e por parte dos
vereadores mais independência e zelo como guardiões do interesse público. É
óbvio que a população de Cabedelo precisa de parada de ônibus, de recuperação
de quadras esportivas e bibliotecas, etc, mas para isso já paga seus impostos e
não pode ter o patrimônio público desafetado e desviados dos seus fins sociais
e urbanísticos.
Cabedelo não precisa ser vendida antes de ter suas
receitas melhor aplicadas e evitar excessos, como ocorre com o gasto de
pessoal, comissionados e sem concurso que tem ultrapassado que determina a Lei
de Responsabilidade Fiscal nos anos de 2013, 2014, 2015, 2016 e 1º quadrimestre
de 2017.
De acordo com a prefeitura, tudo é feito dentro da
legalidade e atende ao interesse publico. Informa ainda que as últimas
desafetações foram autorizadas pela Câmara com a contrapartida para construção
de 44 paradas de ônibus, uma praça e um centro de cultura. segundo a gestão, trata-se
de uma PPP (parceria publico privada).
A ACICA discorda da afirmativa da prefeitura e diz que
estas doações, mesmo com as autorizações que são dadas pela Câmara, teriam que
passar por licitações, conforme determina o artigo 17, da Lei 8.666/93 (Lei das Licitações).
"Além disso, as últimas experiência não substância
as alegações do executivo municipal, basta ver que o que aconteceu com os
terrenos doados para a Faculdade Médica e a Schincariol que, além de não
fazerem o que prometeram, não foi observado as determinações da Lei das Licitações
que regulamentas as condições para tais doações", afirmou Ernestinho da
ACICA.
Edição de
Texto: Aguinaldo Silva
Informações:
Associação Cabedelense para Cidadania - ACICA.
Texto: Ernesto
Luiz Batista Filho
VEJA ABAIXO ALGUMAS LEIS DE DOAÇÃO
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