O ator paraibano Lucas Veloso filho do humorista Shaolin está no elenco da nova versão de os Trapalhões 2017
Arô, psit, é ieu! Didi? Não, Didico – ou Lucas
Veloso, líder dos novos Trapalhões. O ator paraibano de 21 anos lança nesta
segunda-feira (17) no canal Viva e em setembro na Globo o trabalho que
considera “o divisor de águas” da sua vida. Em dois meses de preparação para o
personagem, ele aprendeu que, para ser um membro da trupe, é preciso mais do
que ser engraçado.
“O fundamental não é a voz ou uma gracinha. É o
estado de espírito do Trapalhão. Depois, aí sim, vem a voz e o corpo”.
E o que é esse
tal espírito? Lucas explica:
“É a disposição de brincar com qualquer um,
qualquer coisa, a qualquer momento. Mas sem a malícia do adulto. O Trapalhão
ainda é uma criança.”
Qualquer
coisa mesmo?
Embora a nova versão procure ser fiel à original, o
ator admite que adaptações precisaram ser feitas em tempos de politicamente
correto. “Os dias de hoje não permitem a gente fazer qualquer piada. Nossa
geração está um pouquinho problemática com isso. Conseguimos trazer os anos 70
e 80 de volta, mas com o politicamente correto, que também é importante.”
Para ele, é possível brincar com minorias, desde
que elas possam “rir de si mesmas”. Os artifícios do humor pastelão, que
fizeram dos Trapalhões ícones brasileiros, hoje servem para “driblar” a
patrulha, mas sem deixar conservador demais, diz Lucas. “O programa está leve. Não
tem um humor bobo, mas está suave”. Ele completa:“Às vezes, o politicamente
correto encareta o humor. Nosso texto não ficou careta.”
‘Carinha de
safado’
Filho do humorista Shaolin, Lucas faz palhaçadas
desde os 5 anos e, além do trabalho na TV, se apresenta pelo Brasil com piadas
e imitações – ele tem um repertório de mais de 50 personagens, como Silvio
Santos, Chacrinha, Marília Gabriela, Chico Anysio e Maria Bethânia. No ano
passado, fez sua primeira novela, “Velho Chico”.
Para o novo trabalho – que Shaolin comemoraria “por
uns 15 anos”, brinca -, fez ajustes no humor que aprendeu com o pai. “O humor
que meu pai fazia e eu tem muito a ver com mostrar que você sacou alguma coisa
que ninguém mais sacou. Já o trapalhão é o último a perceber o que está dando
errado, mas é malandro. É o malandro ingênuo”, explica. “Precisei me adaptar
nisso, tirar o excesso de confiança”. Mas ele vê semelhanças com o estilo de
Renato Aragão:
“Renato tem uma carinha de safado, você ri da cara
cínica dele. Eu tenho muito disso também, de fazer piadas absurdas com cara de
que nada está acontecendo. Nós dois temos um humor nonsense, um pouquinho
dissimulado, um pouquinho cruel até.”
40 anos
depois
Lançada em homenagem aos 40 anos do programa, a
nova versão dos Trapalhões tem, além de Lucas, Mumuzinho (Mussa), Bruno Gissoni
(Dedeco), Gui Santana (Zaca), Nego do Borel (Tião) e Ernani Morais (Sargento
Pincel).
Renato Aragão e Dedé Santana participam. “Eles não
precisavam se preocupar com quatro moleques que estão começando, mas nos deram
uma atenção fora do comum. Nos ajudavam a passar o texto, estavam sempre com a
gente”, conta Lucas.
Em nove episódios, cenas históricas serão revividas
– entre elas o musical “Papai eu quero me casar” – e esquetes inéditas
incluirão elementos de 2017, como aparelhos tecnológicos. A essência, porém, é
a mesma de 40 anos atrás, segundo o ator, e não deve desaparecer tão cedo:
“O projeto Trapalhões é maior do que qualquer ator,
não pode durar só quarenta anos. Vou chegar aos 70 e falar: ‘Fui um Trapalhão’,
vivi isso, morram de inveja’.”
Informações
do G1.
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