
Indignados com o fechamento do Teatro Santa
Catarina que, desde 2015 foi desativado pelo governo Leto para reforma do
prédio, agentes culturais de Cabedelo saíram as ruas da cidade para protestar
contra a falta de apoio para o fazer cultural e contra o desmantelamento da
política de cultura construída ao longo dos últimos 15 anos pela classe artística
cabedelense e o poder público local.

A concentração dos artistas aconteceu em frente ao
teatro local, em seguida caminharam até o Cabedelo Clube, onde se reuniram com
o Secretário Estadual de Cultura, poeta Lau Siqueira, visando encontrar solução
para a paralisia cultural da cidade que, mesmo dispondo de um invejável
orçamento anual da ordem de R$ 2 milhões e meio, usa 90% desses recursos apenas
para pagamento de pessoal que a classe afirma não serem da cidade.


Além do fechamento do teatro e da biblioteca
municipal, os artistas denunciam uma total falta de apoio do poder público local
ao fazer cultural da cidade. Atividades como a Nau Catarineta, Banda de Música
12 de dezembro, a Lei de incentivos a cultura, os grupos de cultura de raiz, Movimento
Cultural Renascer, Musipoc, Lapinha Jesus de Nazaré, Xaxado Infantil do
Renascer, Coco do Mestre Benedito, Capoeira do Mestre Adeilson, e as tradicionais
paixões de cristo que sempre foi realizada pelos Grupo de Teatro Amador Padre
Alfredo Barbosa - GTAAB, no Centro. E, Korpalmart Cultura Popular/MCR, no
Renascer, foram renegados a total falta de apoio.
A cidade de Cabedelo tem quatro grupos folclóricos
que perpetuam as tradições populares. São eles, por ordem de fundação: Nau
Catarineta (1910), Lapinha de Jesus de Nazaré (1974), o Grupo Folclórico Coco
de Roda e Ciranda Mestre Benedito (1976) e Boi Formoso (1996). Estes, se não
fosse a dedicação de seus condutores, já teriam desaparecido.

"E o Conselho de Cultura?" perguntou um
artista local na reunião. "Conselhos, aqui em Cabedelo nenhum deles
funciona a contento, apenas o tutelar e de saúde, mesmo assim de forma capenga.
O prefeito só recebe conselhos de sua digníssima esposa que por sinal, como
vereadora, participa de todas as atividades do executivo numa atitude
desesperada de firmá-la como candidata a deputada ou sucessora do marido",
respondeu outro indignado.
Texto:
Aguinaldo Silva
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