PB Agora
Análise: flexibilização em CG e Cabedelo tem tudo para dar errado
É fato! Sei poucas coisas de muitas, e
muitas de poucas. E isso é próprio do ser humano. A vastidão das informações
“geradas” ao longo da história da humanidade em termos comparativos com as
galáxias, que bailam no universo, é muito próxima. Não se pode mensurar o seu
tamanho. Os átomos passeiam em tudo que está ao nosso redor, e assim é a grande
história formatada pelo ser humano.
Ela
nunca descansa. Está em constante processo de ruptura e aglutinação. Todos os
dias novos fatos surgem independente da nossa vontade. Do nosso desejo de
“dominar” uma bela fera chamada vida. E nessa introdução admito: sou péssimo em
tudo que contem números, equações, cálculos diversos.
Mas existe um grande aliado para tentar
entender Pitágoras. Algo chamado leitura. Sem ela nada sou. Ninguém é, pois ela
nos revigora e nos faz aprender, diariamente, pequenas informações. Finíssimos
dados semelhantes aos minúsculos grãos de areia de uma ampulheta medieval.
E na junção dessas informações diárias, como um Lego que vai
encaixando suas peças para formar algo, entendo que a pandemia causada pelo
novo coronavírus é cruel e devastadora em vários aspectos, principalmente no
retirar da vida e colocar de joelhos a economia mundial.
Após tal constatação, estaria eu sendo leviano se não me
preocupasse com esses dois principais aspectos. O ser humano, animal social, é
parecido como uma colmeia de abelhas. Cada uma tem sua função para beneficiar a
rainha que, por sua vez, faz fecundar mais indivíduos para o próprio sustento
da espécie.
E valendo-se de metáforas, enxergo que a colmeia tem algumas
opções nesse momento. Morrer de inanição ou um fungo mortífero que ataca as
“fazedoras’ de mel e, no outro lado da moeda, buscar o néctar em terreno
movediço para alimentar sua própria existência. Assim estamos nós: muitos
defendem a flexibilização do isolamento social, a volta gradual do comércio e
outros setores, a fim da economia começar a dar sinais de vida e o povo não
morrer de fome nem o país, estados e municípios entrarem em colapso econômico.
Outros preferem esperar mais um pouco, temendo uma volta
violenta da Covid-19. O que seria (e já está sendo) amedrontador e desastroso.
Basta informar que vários estados estão sendo obrigados a recuar em suas
medidas de flexibilização da quarentena.
Motivo? A abertura precipitada de cidades de todo país que
desencadeou um crescimento exponencial do número de óbitos e de doentes da
Covid-19. Ainda há outro detalhe: o novo coronavírus vem se “instalando” de
forma perversa nos interiores, justamente aquelas cidades que os prefeitos, com
sua autonomia garantida por lei, imaginam que a fase crítica do contágio já se
foi. O que é um engano e praticamente um crime contra a vida humana.
E nesse discurso invertido e equivocado dos paladinos da
abertura vou citar dois casos na Paraíba. Campina Grande e Cabedelo. O prefeito
Romero Rodrigues e Vítor Hugo, gestores dos respectivos municípios, contestam
os números informados pela Secretaria de Saúde do Estado sobre a pandemia e, na
próxima segunda-feira (29) iniciarão a flexibilização gradual de muitos
setores. Um absurdo!
Eu entendo a postura dos gestores, mas o preço dessa decisão
pode ser multo alto. É sempre bom lembrar, como parâmetro, países da Europa, a
exemplo da Alemanha, que viu uma ampla disseminação do vírus após a
flexibilização. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já não descarta a
possibilidade de uma endemia.
Ou seja: a endemia não está relacionada a uma questão
quantitativa. Uma doença é classificada como endêmica (típica) de uma região
quando acontece com muita frequência no local. No caso, todo o mundo, e só uma
vacina pode proteger alguém diante do problema. É o caso do sarampo, por
exemplo. Há antídoto contra ele. Para a Covid-19 ainda não.
Por fim, fica registrado casos mal sucedidos (ainda não vi um
exitoso) para flexibilizar o isolamento social enquanto os próprios grandes
estudiosos ainda supõem, eu disse supõem, como a doença se desenvolve e seus
efeitos no organismo de cada infectado.
O fracasso da
flexibilização nas três capitais do Sul do país
As três capitais de estados do Sul – Florianópolis, Porto Alegre
e Curitiba foram apontadas como bons exemplos de como lidar com a Covid-19.
O número de casos e de mortes pela doença, de fato, sempre foi menos
do que na maioria das demais capitais e grandes cidades brasileiras.
Mesmo sem precisar tomar medidas drásticas de isolamento social,
com exceção de Florianópolis, que proibiu, ainda em março, o transporte
público, os bons resultados levaram à abertura das atividades econômicas, mesmo
com restrições.
A realidade, entretanto, está demonstrando que isso não é
suficiente. Com o crescimento do número de infectados e mortos pela Covid-19,
Porto Alegre (implantou novo modelo de restrições), Curitiba (casos triplicaram
em um mês) e Florianópolis (fechou novamente shoppings e academias). Voltaram
atrás e endureceram novamente as regras restritivas.
Não posso torcer contra, mas Romero Rodrigues e Vitor Hugo estão
buscando mecanismos ineficazes, havendo grande probabilidade de recuar nas suas
ações em relação à flexibilização. Não há falta de exemplos mal sucedidos.
Busco só um que tenha dado certo mas, infelizmente, ainda não achei. Estamos na
pandemia, e como diz o inquilino do Palácio do Planalto, ponto final, ok?
Eliabe Castor
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